sexta-feira, janeiro 07, 2005

um bocadinho de historia II (desculpem ser um excerto grande)

(...)

Sentei-me junto da rapariga e sem saber o que dizer, fiquei calada por alguns instantes, até que ela quebrou o silêncio..
-Olá Mónica!
Fiquei perplexa. Ela sabia o meu nome mas eu não sabia nada sobre ela.
-Não te assustes por saber o teu nome. Chamam-me Margarida.
-Se tivesse uma filha dava-lhe esse nome!!- disse eu sem pensar.
-Eu sei..!
Como poderia ela saber se nunca o tinha dito a ninguém? Era quase um segredo meu..Começava a pensar que teria feito mal em me aproximar dela. Pensei em ir para casa mas ela continuou a falar e eu resolvi ouvir.
-Ás vezes chorava porque sentia que não aproveitava o que a vida me dava.Perdia a oportunidade de sorrir por pensar negativo, por não ver beleza em mim eem tudo o que me rodeava. Sentia-me de olhos vendados a tentar encontrar umaporta, uma janela que me colocasse num caminho. Um qualquer, desde que pudesse caminhar. Depois sentia que não devia estar sempre a lamentar-me.. e depois voltava a perceber que era terrível todo o sofrimento que sentia, era demais de suportar, era demais para uma pessoa só..
Estranhei todas aquelas palavras, mas não consegui abandona-la. Fiquei, esperando não sei bem o quê.
-Está tudo tão mal e tantos anos ainda faltam chegar, não é? Será sempre assim? Também pensas assim?
Não conseguia falar. Nem uma palavra saia da minha boca. Seria possível isto estar a acontecer comigo?
Ela continuava, parecia nem reparar que as suas palavras estavam a confundir-me.
-Nada acontece por acaso. Os antecedentes dão-nos a hipótese de nos prepararmos para o que nos espera. O pior cego dos cegos é aquele que não quer ver.
Parecia absurdo. Parecia que outrora me lera os pensamentos. E finalmente consegui dizer-lhe:-Toda a gente ja pensou assim uma vez que seja...
-Essa tua vontade de desaparecer, esse teu desejo de viver numa estrela...
-Como sabes isso?
-Eu conheço-te melhor do que pensas...
-Falas como se me conhecesses há anos, pensas conhecer os meus segredos e julgas expressar o vai na minha cabeça...
-Sei que não estás bem...
-É isso que julgas?
-É isso que sei....
-Então não sabes nada e não me conheces!...- gritei
Levantei-me, sacudi a areia das calças e fui embora sem dizer mais nada. Olhei-a e percebi a serenidade nos seus olhos. Assustada, decidi caminhar sozinha. Olhei para trás uma ultima vez e vi que ela se entretia a ler algo que estranhamente reconheci.
A noite tornava-se mais fria, o sol tentava aparecer. Fui para casa pensando em tudo e nada fazia sentido. Abri sem barulho a porta de minha casa, o silêncio era assustador. Entrei no meu quarto e deitei-me por cima dos lençóis ainda com a roupa que trazia no corpo. Várias perguntas corriam dentro de mim procurando resposta. Deitei a mão ao bolso....MEU DEUS!!!

(cont)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu a sentir a falta das tuas palavras e tu pões logo um texto destes...Desculpa, mas n sei o k dixer,poix nc conseguirei exprimir por palavras o kuanto este texto me dixe kd o li...Axo k desta vex te excedeste...ADOREI
+ uma vez(mas este particularmente)!...
Da (sempre) tua jogadora #15 beijos**

1:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Espero um dia poder ler a história completa e saber como termina =)

2:15 da manhã  

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