Tempo...parte I
Delicadamente, subtilmente, com aquela sua linguagem cheia de sorrisos e subentendidos, conseguiu pô-lo pensativo…
Bastou-lhe falar… e todas as defesas dele voltaram a cair.
Miguel fechava os olhos e repetia 3 vezes: “feitiço, feitiço, feitiço…”
Ela, agora debruçada sobre o seu colo, voltava a sentir o desejo a percorrer-lhe o corpo.
Quando se reencontravam acontecia sempre o mesmo. A sensação de querer. Independentemente de tudo. Contra todos. E apenas porque sim.
Mas hoje, ele parecia não ter coragem suficiente para explorar o que ficou por despertar...
“É apenas uma questão de tempo”, repetia ele. “Tempo para esquecer a distância que se criou. Distância que nos impuseste e que me obrigou a entrar em luta entre a minha vontade e a minha consciência”.
Ela só conhecia um tempo. O que tinham passado juntos. Por isso, murmurava as saudades dos momentos em que foi feliz com ele, enquanto o abraçava com força.
Sem saber, reabria feridas e enchia o peito de esperanças…
Depois de um abraço, um beijo. E outro. E a vontade a alastrar-se pelo sangue, a espalhar-se pelo corpo e a manifestar-se nos olhos…e na impaciência da boca…
Ela continuava a falar. Dizia uma coisa. Depois outra completamente diferente. Voltava à primeira ideia e depois baralhava a segunda com a terceira.
Ele viajava no seu turbilhão de sentimentos mas resistia.
-Tens razão, talvez eu te magoe de novo e aí não vá a tempo de não permitir que me odeies para sempre…
- Eu não disse isso, Rita…
- ... E eu já te pedi desculpa…
- O mal não é pedir desculpa…
- ... As pessoas aprendem com os erros…
- … Até podem aprender… mas o mal é não fazer nada para inverter as coisas… não agarrar as oportunidades para mudar o que se percebe estar errado…
- Eu não te quero magoar… Se é para isso é melhor ficarmos amigos…
-Que espécie de amigos?
-Não sei…
- Pois... É pena que não consigas ver para além do que vês, ou do que julgas ver. Pena que estejas tão certa que sabes sem sequer teres questionado todas as hipóteses. Às vezes acho que a vida te passa ao lado… Pena que não abras os olhos. Como gostava que o fizesses!
- Que queres dizer com isso?
- Mostras que me queres e depois afastas-te. Convences-me que tudo pode ser diferente porque aprendeste com os erros e depois dás a entender que te vais afastar porque não me queres magoar?! Pode não ser por mal. Pode não ser propositado ou qualquer outra variante, mas é quando te afastas, sem me dares uma razão para tudo isto, que magoas.
- … Eu já pedi desculpa… simplesmente não te quero longe… Quero o que tivémos...
- Até quando desta vez?...
- Não me trates assim!
- Tu sabes que isso é só agora, depois afastas-te. Sabes que vais voltar a fazer o mesmo… É só uma questão de tempo…
Bastou-lhe falar… e todas as defesas dele voltaram a cair.
Miguel fechava os olhos e repetia 3 vezes: “feitiço, feitiço, feitiço…”
Ela, agora debruçada sobre o seu colo, voltava a sentir o desejo a percorrer-lhe o corpo.
Quando se reencontravam acontecia sempre o mesmo. A sensação de querer. Independentemente de tudo. Contra todos. E apenas porque sim.
Mas hoje, ele parecia não ter coragem suficiente para explorar o que ficou por despertar...
“É apenas uma questão de tempo”, repetia ele. “Tempo para esquecer a distância que se criou. Distância que nos impuseste e que me obrigou a entrar em luta entre a minha vontade e a minha consciência”.
Ela só conhecia um tempo. O que tinham passado juntos. Por isso, murmurava as saudades dos momentos em que foi feliz com ele, enquanto o abraçava com força.
Sem saber, reabria feridas e enchia o peito de esperanças…
Depois de um abraço, um beijo. E outro. E a vontade a alastrar-se pelo sangue, a espalhar-se pelo corpo e a manifestar-se nos olhos…e na impaciência da boca…
Ela continuava a falar. Dizia uma coisa. Depois outra completamente diferente. Voltava à primeira ideia e depois baralhava a segunda com a terceira.
Ele viajava no seu turbilhão de sentimentos mas resistia.
-Tens razão, talvez eu te magoe de novo e aí não vá a tempo de não permitir que me odeies para sempre…
- Eu não disse isso, Rita…
- ... E eu já te pedi desculpa…
- O mal não é pedir desculpa…
- ... As pessoas aprendem com os erros…
- … Até podem aprender… mas o mal é não fazer nada para inverter as coisas… não agarrar as oportunidades para mudar o que se percebe estar errado…
- Eu não te quero magoar… Se é para isso é melhor ficarmos amigos…
-Que espécie de amigos?
-Não sei…
- Pois... É pena que não consigas ver para além do que vês, ou do que julgas ver. Pena que estejas tão certa que sabes sem sequer teres questionado todas as hipóteses. Às vezes acho que a vida te passa ao lado… Pena que não abras os olhos. Como gostava que o fizesses!
- Que queres dizer com isso?
- Mostras que me queres e depois afastas-te. Convences-me que tudo pode ser diferente porque aprendeste com os erros e depois dás a entender que te vais afastar porque não me queres magoar?! Pode não ser por mal. Pode não ser propositado ou qualquer outra variante, mas é quando te afastas, sem me dares uma razão para tudo isto, que magoas.
- … Eu já pedi desculpa… simplesmente não te quero longe… Quero o que tivémos...
- Até quando desta vez?...
- Não me trates assim!
- Tu sabes que isso é só agora, depois afastas-te. Sabes que vais voltar a fazer o mesmo… É só uma questão de tempo…
10 Comments:
K8tyeeeeeeeeeeeeeee naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaoooooooooooooooooooo.... Nunca... jamais voltes a fazer isto... Quero o resto do texto...e jáaaaa!!!
*** claudia
Ele está magoado, senão não falava tanto e não era capaz de resistir!! Ela deve estar tão arrependida que não sabe o que dizer...
Até agora estou a gostar ....Mas o titulo tempo está a baralhar-me e eu fiquei curioso!!!!!!
Completamente ansiosa para saber o resto. Vai demorar?
Até agora, um dialogo normal de quem tenta pedir desculpa e de quem quer desculpar mas está magoado. E neste caso, identifico-me mais com o miguel *** joana
Ela quer qualquer coisa, desde que fique com ele ...não??
e ele quer desculpar, mas tem medo que volte a decdepcionar-se, certo?
Ela sabe disso, e então já não sabe o que quer. Teme por ele. Mas ele quer que ela fique junto dele... No fundo já a desculpou, só lhe pede tempo para que ele possa dar-se de novo e isso so vai acontecer quando sentir que ela está certa do que quer!
é isto não é?
Será que o resto do texto vem surpreender-me?
J.D tas láaa! Quem le o teu comment parece que estáa ler uma novela lol
Se bem que tudo isto é retrato dois dias de hoje. Confusões amorosas :S
nao podia deixar de mandar os meus gigantes beijinhos para k8tye.
Venha de la o resto do texto...que este tempo ainda vai sofrer uma reviravolta se bem conheço a tua mente de genio ;) ehehehhe *******
Já li! lol Este texto faz me lembrar algo! :) Agora quero o resto...
isto não se faz...deixar as pessoas a pensar no que poderá vir. :) Mta bom!!!!!!!*****
ass: Patrícia #14
Mais uma vez o medo é o centro da questão... o medo de magoar, de ser magoado, o medo de não podermos garantir q o que queremos agora quereremos para sempre, o medo de deixar correr, viver... Ninguem tem medo sem razão, e o passado influencia-nos muito mais do que muitas vezes gostariamos, por vezes conseguimos lidar com ele e seguir em frente... será que é o que vai acontecer?...
Kathleen
OBRIGADA :)
serio!
Filipe: Quando se mexe com as coisas do coração sai-se sempre magoado, não te parece?
Joana: também me parece que no fundo ele quer desculpa-la ;) eheheh
J.D: nunca te vi puxar tanto pela cabeça, mas tás mesmo lá. É por ai:) A questão é quando se pede um tempo seja para o que for, estamos a mexer no tempo de outra pessoa. Que pode acontecer?!! Filosofico? :P
Patricia: Sabes que fico muitooooooooooooooooo contente que tenhas passado cá. E mais ainda pelo comentario. Eu disse que devias ler, era obvio que te ia fazer lembrar algo. E acho que sei o que LOL
Katheleen: Ha muito que não a vi por aqui... Seja benvinda. Garantir ninguém pode, mas "abandonar" alguém deixa medos em toda a relação. NO que se afastou e que agora não quer voltar a magoar e no que ficou porque tem medo de se magoar de novo. Neste casos parece que ambos querem seguir em frente juntos, mas só o tempo pode ajudar, não te parece?
E sem mais demoras, cá vai mais uma parte do texto... ;) Claudia não desesperes :P
quem aposta que há 3ª parte? eheheheh
beijinhos para todos******
O tempo...essa maravilhsa coisa que para tudo serve de desculpa, mesmo quando não há nexo nisso!
As histórias de todos são parecidas, já todos passámos por isto e os que não passaram vão passar!
Gostei...fez-me lembrar coisas que não quero...mas gostei da forma como está escrito!
Olá!!
Olha que de repente pareceu-me ler aqui algo de muito familiar!!:)
Passei para te agradecer pelas palavras deixadas no meu cantinho e para dizer que reconsiderei!!
Beijinhos
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