quarta-feira, julho 06, 2005

Vida

Assim se mudam humores. Da noite para o dia, da escuridão para a luminosidade. Rapidamente me debato com os lençóis e com a incapacidade de dormir, nem sei bem porque. Ou talvez saiba. Num instante somos os melhores e de repente já não valemos nada. Porque não recebemos a chamada que queremos, antes recebemos outras, porque alguém faz anos e há muito parece que se esqueceu de nós, porque dois números juntos não nos dão a nota que pensamos merecer. Que futilidades me levam a desejar um novo dia. A esquecer o que se passou hoje e desejar o amanha.

Acordamos assim, sem jeito algum, sem motivação alguma e tudo o que possa acontecer tem o condão de elevar a moral ainda mais. Disse elevar? Queria antes pronunciar um antónimo qualquer que agora nem me ocorre. E os acontecimentos sucedem-se como uma corrente vertiginosa. Qual salmão que sobe o rio, hoje deixo-me levar, deixo-me arrastar na certeza de que amanha tudo estará bem, como sempre está ou parece estar. Até uma nova tempestade surgir, até a acumulação de frustrações voltar a acontecer ou simplesmente até…acordar assim.

O negativismo apodera-se da mente. O medo gere os pensamentos que me fazem querer desaparecer ou enterrar a cabeça na areia para não ver o que me rodeia. Acendo um cigarro e tento acalmar…Pondero as conjunturas do dia que passou, monto-as tipo um enredo de um filme qualquer e tento encontrar um fim que ali encaixe na perfeição. Um que me sirva a mim, que te sirva a ti ainda que não saibas que o escolhi. E assim tenho mais um capítulo desta obra-prima e a sua continuação certo de que amanha novos acontecimentos se vão suceder energeticamente ou não. Consciente do plágio que acabei de cometer. Porque a minha obra tem um nome igual á tua e á de tantas outras…Chama-se vida!

Ps – não sei se ainda tenho direitos de escrever aqui…ainda assim…já ta…estava a precisar…obrigado…Over and Out… (Foo Fighters…muito bom som)

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

(Late night comment)...

Boas Transeunte. Não sei quem és (se és de facto alguém, podes sempre ser um heterónimo, mas não acredito) porque quando comecei a passar por este blog, apenas a Monica ainda mostrava sinais de vida. Mas um colaborador, é sempre um colaborador, por isso tens o direito de escrever. E eu sinto-me no direito/dever de comentar.
Também eu (por outros, ou pelos mesmos motivos) acabei de acender um cigarro na tentativa de acalmar. Mas o fumo só me deu náuseas, porque hoje acho que tudo me dá náuseas.
De facto õ enredo não é original. E é por isso que ao ler o teu enredo (o enredo de alguém que não julgo sequer conhecer) vi reflectidas muitas das minhas noites (mesmo aquelas que se dão quando o sol vai ainda alto).
Também eu quero escrever o capítulo final. Aquele que feche o livro, e que não me dê mais vontade de fumar um cigarro, ou 1000, apenas para acalmar. Mas há livros que teimam em ficar abertos. Há livros que, mesmo que tentemos ler outros, ficam lá, parados na mesinha de cabeceira, desafiando-nos, a cada dia, a ler mais um pouco enquanto dormimos.
É complicado deixarmos de ser alguém para alguém que é ainda tanto para nós. É complicado (ainda mais) saber que existe outro alguém no lugar que é nosso por direito. PORQUE FOI CONQUISTADO A SANGUE! (aqui já me escrevo a mim no comentário, porque não sei se o Transeunte passou já nesta rua)
Desejar um novo dia não é uma futilidade. Esquecer (ou apagar) o que se passou, é talvez o desejo/sonho mais genuíno que existe. Mas há sonhos que não passam disso mesmo...
E compreendo esse acordar. Essa auto-mentalização que "estou melhor, estou melhor, e a melhorar a cada dia que passa". Até que nos recordamos que não!
Descobri-me neste post (como me redescubro em TODOS os posts da Mónica), e em muitos outros, de autores que não conheço...
Porque de facto, e essa é a verdade, há "coisas" (na falta de palavra melhor) porque muitos passam, com que muitos lutam, que nenhum NUNCA esquece!
Não há recalcamento que funcione.
Nem lavagem cerebral...
Era preciso lavar outros orgãos. Porque há músculos que não nos mantêm apenas vivos. Por vezes condenam-nos a sentirmo-nos um pouco mortos.

Porque afinal já nenhum músculo bate noutro peito por nós!

6:14 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Adorei que voltasses a execer o teu direito de escrever aqui...ainda ha poucos dias me lamentei sobre isso....as vezes a inspiração n me visita e o blog fika abandonado...foi bom ver k n eskeceste "o caminho de casa"....
qt ao texto em si...percebi mt coisa nas entrelinhas...e reconheci-me quando falas em filmes...em arranjar historias que façam sentido, que transmitam sentido ao que outros nos fazem, as vezes sem saberem onde nos toka...onde nos doi...
tem de fazer sentido...temos de pensar e repensar, ate fazer sentido...pk a nossa vida é uma historia com um fim...adiado...não é um filme que quando passa a ficha tecnica sabemos que acabou...mas sim um acumular de episodios que confundem o fim k julgavamos ter atribuido...
por isso digo k as coisas acontecem por 1 razao...mais tarde fikaremos a saber pk...ate la...as vezes mentalizamo-nos k temos de estar bem, outras vezes vamos a abaixo com 1 leve brisa...
podia divagar tanto...mas n sou capaz de dizer +...."se ao menso soubesse alguma coisa da vida..."

adorei teres vindo(+1 vez), adorei o texto e o coment do camilo...pk diz mt k o meu deixa por dizer...

9:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

p.s **exercer

9:46 da tarde  
Blogger transeunte said...

é bom saber que ambos perceberam o que quis trasnmitir. ás vezes faz falta ouvir dizer o que ja sabemos, que mais gente passa pelo mesmo que nós. um abraço po primeiro e um beijo pa segunda

10:46 da tarde  

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