Pedes-me tempo? Perdi-o. Tempo que me pergunta o que perco. Perco tempo numa resposta. A vida foi a enterrar há dias. E ainda me perguntas se há vida nestes dias. Morreste-nos. Se me perguntares o que me resta, que te posso responder? Restam-me todas as perguntas que não te fiz. Não tive tempo.
Se nesse tempo nunca o foste, não poderás ser parte de amor. Nasci para te ser. Ter. Te ter. Assim. Coração profundo agarrado às entranhas e ao resto. Cadáver perfurado de morte. De tempo. O antes e o depois passam indiferentes. Agora. O agora. És vida, morte ou, simplesmente nada. Perguntas-me ou sim ou não ou se tudo o que será um dia o que ainda não o é, se o for, se terá sido tudo, se terá sido tudo em vão. Coração profundo. Estranhas o vazio que há. Pedes-me tempo?
Facas afiadas matam a hipótese. E se? Não pode! E se for? Nunca! E se me embalares? Rasgo todas as linhas do antes e faço do depois o agora preso ao nosso corpo. Mato o "e se". E se o depois não o for? Não o será. Se me amares? Pergunta ao tempo. Ele te dirá. Será?
Braços ramos de árvores daqui ao infinito. Pele deserto lânguida suada amada. Palavras prosa harmoniosa correcta profunda. Dedos mãos quentes seda erótica. Meio-dia num oceano qualquer. Amor impossível possível ali. E pergunta-me o tempo. Acreditas? A vida foi a enterrar há dias. Aqui só há mar.
Se nesse tempo nunca o foste, não poderás ser parte de amor. Nasci para te ser. Ter. Te ter. Assim. Coração profundo agarrado às entranhas e ao resto. Cadáver perfurado de morte. De tempo. O antes e o depois passam indiferentes. Agora. O agora. És vida, morte ou, simplesmente nada. Perguntas-me ou sim ou não ou se tudo o que será um dia o que ainda não o é, se o for, se terá sido tudo, se terá sido tudo em vão. Coração profundo. Estranhas o vazio que há. Pedes-me tempo?
Facas afiadas matam a hipótese. E se? Não pode! E se for? Nunca! E se me embalares? Rasgo todas as linhas do antes e faço do depois o agora preso ao nosso corpo. Mato o "e se". E se o depois não o for? Não o será. Se me amares? Pergunta ao tempo. Ele te dirá. Será?
Braços ramos de árvores daqui ao infinito. Pele deserto lânguida suada amada. Palavras prosa harmoniosa correcta profunda. Dedos mãos quentes seda erótica. Meio-dia num oceano qualquer. Amor impossível possível ali. E pergunta-me o tempo. Acreditas? A vida foi a enterrar há dias. Aqui só há mar.
Obrigada Adão por este texto teu!
12 Comments:
AMO este texto!
Adoro tudo. E até porque parece um desabafo de uma das minhas personagens da historia "Tempo...."
:)
q grandeee texto!! Adao é sem duvida um genio :)
Tens razao k8tye, e por esta ordem, parece mesmo uma continuaçao da tua historia, se bem que parece mais coisa do miguel que coisa da rita, dadop que foi a rita q bazou e anulou tds (ou kuase tds)as hipoteses da relaçao resultar.
Qt a este texto, so tenho a dizer: FENOMENAL!
Magnifico. Que bem escrito. Senti qualquer coisa aqui no peito, um nó esquisito de quem lê e sente toda a força das palavras. Brilhante. ******* joana
Muitos parabens, que texto "brutal".
"facas afiadas matam a hipotese" Gostei demais dessa frase...
bjinhos claudia
Simplesmente brutal...há pessoas que ainda me deixam de queixo caído com as palavras com que nos brindam!!
absolutamente extasiado com este texto!
Sem palavras! Simplesmente adorei! Sim, parece um desabafo de alguem da tua história, e por falar nisso, para quando uma continuação?? Estou curiosa!!:)
Boa Páscoa e um excelente fim de semana!
**BJS**
olha, estou sem palavras! Pera... deixa-me recuperar o meu ritmo cardiaco, porque por minutos acho que deixei de respirar e tudo!
...
queres-me matar so pode!!!!!
Com textos destes!!
"Meio-dia num oceano qualquer. Amor impossível possível ali. E pergunta-me o tempo. Acreditas? A vida foi a enterrar há dias. Aqui só há mar."
Eu nao sei mesmo o que dizer... bom demais, tudo o que sinto e tao bem escrito! lindo mesmo!! nao me canso de ler! Mesmo!
Quem me dera conseguir comentar. Fico sem forças perante tais palvras. Gostei muito ;)
Ana Rita
Perdia-se por ali, passando pelas ruas poeirentas. Sem corpo, sem olhar, sem nada. Morta. Nunca fora parte de amor. Sabia-o.
Matara-se.
Ele? Ele preferia a vida, o mar... as tardes soalheiras em que se sentava com ela. Preferia-a assim. Doce. Enrolando os caracóis que lhe emolduravam os olhos castanhos. Voando por entre amores impossíveis, ali, ou em qualquer outro lugar. Tivera-a. Fora-a. Sem qualquer preconceito, vasculhara as entranhas do seu corpo. Vivo.
Hoje, como sempre, sentia-lhe a presença sem a poder olhar. Seguia-lhe os passos. Preso ao antes, agarrava-se ao agora, perguntando baixinho se era vida, morte ou, simplesmente nada. Sem nunca saber de nada. Sempre pensando que a vida se plantava, para que, voltando a viver, a fizesse existir, como a lua nova que ficava no céu. Congelada. Contrariando a vida. A Terra. Perguntando tudo o que não tinha face para perguntar. Rogara-lhe a vida, sempre que o tentara fazer, pedindo-lhe que perguntasse baixinho para responder em silêncio.
Se a morte fosse sem dor, preferiria ficar morta...
Anonimo: Gostei do que deixaste aqui, mas se não te importas identifica-te...
Para a boa continuação deste espaço, é bom que todos quantos quiserem comentar se identifiquem, senão os comentarios são anulados...
A gerencia agradece!
Simplesmente FANTÁSTICO..FABULOSO
Gostaria de saber quem é o Adão.
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