Tempo... parte II
- Deves achar que este tempo todo não pensei em ti… mas estás enganado… penso em estar contigo todos os dias…
- Rita, ama-me… odeia-me… mas o “mais ou menos” incomoda-me! Sempre te disse que sabia o que queria. E que não desisto. De nada. Tu não eras excepção. Queria fazer-te ver as coisas, a vida…queria que percebesses que as pessoas não são objectos… Que não podes dizer hoje que sim e amanhã que não sabes bem…
- Acredita em mim…
- Achas que não o fiz desde o início?
- De que tens medo?
- De me magoar outra vez contigo…. E tu?
- De te perder…
- Não era preciso tudo isto… Quem tem esse medo não foge, não deita tudo a perder.
- Desculpa… Ainda me queres?
- Eu sempre te quis. Talvez por isso tenha permanecido neste barco até agora, enquanto ignoro que toda a tripulação me acena de um qualquer bote salva-vidas! … Gostava que este barco que está aqui a minha frente conseguisse mostrar a todos o quão estão enganados. Gostava que me desse razões para continuar a acreditar que é neste barco que posso chegar a bom porto. Gostava que o barco me levasse sem inseguranças porque eu fui capaz de superar o caos sem nunca pensar…em desistir…
Ela chorava…
- Mas … não entendo. Não te entendo. Não me entendo. Será que algum dia vou perceber a minha própria cabeça e entender porque ainda estou aqui? Será que vou perceber o porquê desta coisa que me agarra a ti… Será que vou perceber se esperar? Quantas vezes tenho de acreditar e me desiludir para perceber que nada muda? É que hoje pergunto-me porque é que tudo isto não me deixa ir, mas também não te deixa voltar?! …
- Só não deixa se não quiseres…
- Começo a ficar cansado… Sem forças. E tu dizes pensar em mim… sem perceberes que me passas sempre para ultimo plano. Não te quero mudar…apenas queria que pensasses que as tuas atitudes também têm consequências…Parece que só maltratas quem gosta mesmo de ti… Nunca fizeste nada por consideração a mim, mas sim porque seguia a tua vontade. Usas e abusas. Pões e dispões e ainda assim… o que te peço é apenas tempo…
- Já esqueceste tudo o que passámos?
- Não… parece-me que serás tu e não eu que se vai encarregar de destruir tudo o que vivemos…
- Dá-me um beijo. Preciso de te sentir a voltar…
- Se me mostrasses que as tuas palavras eram sinceras, eu ficava aqui o tempo que fosse preciso… Se soubesse que abririas os olhos… e conseguirias dar o valor que dou ao meu voto de confiança e a tudo o que fomos…eu esperava… Se soubesse, dar-te-ia o mais sentido dos beijos… mas assim, só posso dizer-te que por muito que goste de ti… preciso de tempo…
Rita voltou a debruçar-se no colo dele pensativa. Miguel, pela primeira vez tocou-lhe os cabelos loiros…
Amanheceu. A rua estava deserta e custava olhar para o dia que nascia confuso e incerto…
- Tempo? … E se não houvesse tempo? … Se soubesses que ia morrer amanha… Se soubesses que nunca mais me irias ver... Que farias? Que me dirias? A quem pedirias tempo, Miguel?
- Rita, ama-me… odeia-me… mas o “mais ou menos” incomoda-me! Sempre te disse que sabia o que queria. E que não desisto. De nada. Tu não eras excepção. Queria fazer-te ver as coisas, a vida…queria que percebesses que as pessoas não são objectos… Que não podes dizer hoje que sim e amanhã que não sabes bem…
- Acredita em mim…
- Achas que não o fiz desde o início?
- De que tens medo?
- De me magoar outra vez contigo…. E tu?
- De te perder…
- Não era preciso tudo isto… Quem tem esse medo não foge, não deita tudo a perder.
- Desculpa… Ainda me queres?
- Eu sempre te quis. Talvez por isso tenha permanecido neste barco até agora, enquanto ignoro que toda a tripulação me acena de um qualquer bote salva-vidas! … Gostava que este barco que está aqui a minha frente conseguisse mostrar a todos o quão estão enganados. Gostava que me desse razões para continuar a acreditar que é neste barco que posso chegar a bom porto. Gostava que o barco me levasse sem inseguranças porque eu fui capaz de superar o caos sem nunca pensar…em desistir…
Ela chorava…
- Mas … não entendo. Não te entendo. Não me entendo. Será que algum dia vou perceber a minha própria cabeça e entender porque ainda estou aqui? Será que vou perceber o porquê desta coisa que me agarra a ti… Será que vou perceber se esperar? Quantas vezes tenho de acreditar e me desiludir para perceber que nada muda? É que hoje pergunto-me porque é que tudo isto não me deixa ir, mas também não te deixa voltar?! …
- Só não deixa se não quiseres…
- Começo a ficar cansado… Sem forças. E tu dizes pensar em mim… sem perceberes que me passas sempre para ultimo plano. Não te quero mudar…apenas queria que pensasses que as tuas atitudes também têm consequências…Parece que só maltratas quem gosta mesmo de ti… Nunca fizeste nada por consideração a mim, mas sim porque seguia a tua vontade. Usas e abusas. Pões e dispões e ainda assim… o que te peço é apenas tempo…
- Já esqueceste tudo o que passámos?
- Não… parece-me que serás tu e não eu que se vai encarregar de destruir tudo o que vivemos…
- Dá-me um beijo. Preciso de te sentir a voltar…
- Se me mostrasses que as tuas palavras eram sinceras, eu ficava aqui o tempo que fosse preciso… Se soubesse que abririas os olhos… e conseguirias dar o valor que dou ao meu voto de confiança e a tudo o que fomos…eu esperava… Se soubesse, dar-te-ia o mais sentido dos beijos… mas assim, só posso dizer-te que por muito que goste de ti… preciso de tempo…
Rita voltou a debruçar-se no colo dele pensativa. Miguel, pela primeira vez tocou-lhe os cabelos loiros…
Amanheceu. A rua estava deserta e custava olhar para o dia que nascia confuso e incerto…
- Tempo? … E se não houvesse tempo? … Se soubesses que ia morrer amanha… Se soubesses que nunca mais me irias ver... Que farias? Que me dirias? A quem pedirias tempo, Miguel?