quinta-feira, julho 28, 2005

Fobia de gente...

Um dia falou-me de amor-próprio, do que deviamos aprender a não fazer pelos outros...e do respeito que deviamos ter por nós...
Ele sabia que eu me dava muito... que me deixava em farrapos enquanto sorria, finjindo ter vontade...e o quanto enganava a vida com a força desse sorriso..
Ele, vivia a vida sem grandes manifestações. Pensava muito, confiava pouco e vivia mais para si, para não depender de ninguém... Dizia que as dores agora pertenciam a um passado e que era uma pessoa diferente.
Eu não o via assim. Sentia nas palavras a contradição das vontades, sentia a sua insegurança camuflada de fortaleza...e via-o simples, franco... frágil...
Via a beleza das palavras...do toque e o seu jeito delicado de dizer: "Estou aqui!" sem pronunciar uma palavra.
Tinha o seu charme próprio...
Tinha o lado rude da mascara e a teimosia de não fazer nada, para não ser julgado. Tinha o brilho da pureza e um sorriso inocente, que eu admirava por me fazer sentir que, assim como ele, era capaz de vencer qualquer passo solitário, qualquer barreira.. mesmo que me perdesse, mesmo que perdesse tudo o que procurava...
... Mas sinto-me vazia. Sinto-me repleta de passos que não quero dar. Sinto-me cheia de amor próprio, mas muito mais egoista. De tal forma centrada em mim , que parece não haver ninguém lá fora...!!
Há algum tempo atrás, estar com alguém era ter o mundo...não importava se fossemos só nos dois...Hoje, é como se me tivessem sido vendados os olhos. Percorro as ruas ás apalpadelas, vagueio pelos recantos que já não conheço mas que pressinto que já passei. Vou-me arrastando, fugindo dos que teimam em fazer-me cair, e deixando que outros me ajudem a levantar. Mas caminho num passo que já não é meu. Pertence a outro tempo, outro espaço, outra pessoa. Nunca quis ser como ele, mas hoje lembro-me das suas palavras...e de como era verdade para toda a gente, mas nunca aplicável a ele...
Contudo, o normal compasso foi alterado, programado, numa rotação que não aguento. Doi menos cada vez que me levanto, mas doi demais antecipar a queda e viver com medo de cair...! Desconfiar de tudo e todos e convencer-me que mesmo assim ainda acredito...
E no fim , ainda espero uma luz…a luz, que iluminará a noite. Que me tirará deste sufoco em que me vejo, desta agonia que me faz rebentar pelas costuras.
Há alturas que não respiro facilmente. Já ganhei medo de pessoas. Temo que saiam da minha vida com a mesma facilidade com que entravam...e por isso, hoje a porta é mais pesada. Limito-me a contemplar a segurança que sinto, mesmo em paredes frias de azulejos antigos. Vou acalmando a fobia com uma dose extra de racionalismo e sinto que nem sempre me equilibro!!

terça-feira, julho 26, 2005

26 de julho

Conta a lenda, que Lisboa viveu ás escuras durantes vários anos. Durante todo esse tempo, as pessoas andavam tristes e isoladas. NInguém saia à rua com medo de se perder.
No dia 26 de Julho da década de 80, nasceu uma menina com uma beleza radiosa, capaz de iluminar qualquer pessoa. Durante algum tempo, essa menina era vista como salvadora, pois tinha devolvido a luz aquela cidade.
Enquanto pequena era conhecida como pequeno raio de sol, porém hoje em dia já ninguém se lembra dela assim...a sua luz já não se mostra tão facilmente. Contudo, existe dentro dela, pronta para resplandecer num ser menos preguiçoso com força de a descobrir no fundo...
LOLOL
Signo: Leão
Planeta regente : Sol


Obrigada a todos os que estiveram comigo no meu dia. Obrigada a serio, de coração. Tornaram a minha luz mais brilhante. Beijinhos****

post reeditado

p.s este ano agradeço tbm aos que não estiveram cmg, aos que em tempso passaram este dia cmg e este ano por kk razao estiveram longe...aos que n se lembraram deste dia, e aos que se lembraram mas ficaram calados.... foram lembrados de forma especial... pk, no fundo, tbm mudaram a minha vida...

segunda-feira, julho 25, 2005

na hora do lanche...

Acordei com saudades da sua voz. Parece que adivinhou e telefonou-me! Vinha mais cedo do trabalho e queria estar comigo. Adorei a ideia. O combinado era à porta de minha casa. Sairia após o toque da sua chegada. Esperei ansiosa pela hora que não fora marcada...até que ele ligou de novo, a avisar que estava a caminho. Quis desligar e vestir o meu melhor trapito, mas ele insitiu para que lhe fizesse companhia no caminho para casa. Temi atrasar-me, faze-lo esperar( como odeio fazer esperar)...mas continuei a falar...não sei se pelas saudades que sentia, se pelo prazer de o ouvir...!
Quando dei por mim, tinha 10 minutos para me despachar. Nem sei como consegui. Quando recebi o toque de aviso, estava pronta. O sorriso de pseudo-sedutora ficou estampado no meu rosto, enquanto descia as escadas. Depois, discreta, ( sempre considerei que parte da beleza está na simplicidade) abri a porta do prédio e fui ao seu encontro. Entrei no carro muito segura de mim. De ti... do mundo. Lá estava ele. Desejável como de costume. (Aquela camisa arregaçada e os deslavados jeans ficavam-lhe a matar).
Beijou-me ao de leve na boca numa tentativa programada de me deixar a pensar. De me deixar parte do gosto… de me fazer pedir mais. (Como ele sabe que me perco nestas brincadeiras).
Agarrei-lhe o pescoço, naquele sitio que parece ter sido feito à medida da minha mão. Ele tornou-se mais subtil. Eu, mais delicada. Talvez tenha tocado onde não devia…! Ao sentir os seus braços envolverem-me o corpo, sei que se arrepiou. Com a ponta das unhas vou percorrendo o seu corpo. Vinco-lhe as costas. Desejo!
Deixamo-nos estar naquele deleite de toques e arrepios. Entre palavras amistosas e provocadoras esquecemos o que tinhamos combinado. Entre sopros e sons ao ouvido, deixamos passar... a hora do lanche. Entre singelos toques e sorrisos, resolvemos ficar por ali. Entre este e aquele olhar…deixamo-nos levar por uma qualquer necessidade abrupta de amar.

terça-feira, julho 19, 2005

Por vezes...

Fazes-me chorar, sabias?
Não é só hoje...não é so neste momento.... é uma coisa que vem e passa...mas que vem ...por vezes...muitas vezes...não sei...depende!!
Não sabes...e por mim, não irás saber...
(Estranho manter um disfarçe que julgo errado, mas sei ser a unica maneira de sobreviver...de fazer passar...)
Não sabias...mas fazes-me chorar...
Não o choro magoado, largado no chão. Não o choro que vem, quando ouvimos palavras que escondem sentimentos e desviam a verdade... Não o choro pela inocencia, pelo desgaste da alma...nem tão pouco o choro de arrependimento..de raiva...
Fazes-me chorar...não o choro do amor ferido, da perda de um ente querido. Não o choro descontrolado, que faz perder as forças e doer no fundo...Não o choro mais preto que branco...
Fazes-me chorar, sabias?
Não pelo egoísmo, não pela indiferença, não por mágoa, ou por ter acreditado e caído... e muitas vezes me ter questionado se foi mesmo melhor assim...por mim, por ti...
Fazes-me chorar porque me absorves o olhar, a mente, o coração...
Fazes-me chorar porque te conheço e respeito, porque te compreendo, e tu julgas que não...
Fazes-me chorar porque me inspiras, mesmo sem saberes. Porque te dou, mesmo sem pedires.
Fazes-me chorar por não ser capaz de te fazer acreditar...por não te dar razões que te façam confiar...
Fazes-me chorar porque ás vezes não sei agir perante ti...porque ás vezes sou quem não conheço...
Fazes-me chorar...por vezes...

segunda-feira, julho 18, 2005

em memória de um amigo...

"-Olha vou ter que ir dormir, amanha tenho de acordar cedo. Nao me apetecia nada.Queria ficar aqui a falar contigo!-Eu tambem estou com o mesmo problema...mas enfim...!Das-me boleia?-Para onde?"
Para onde estiveres, responderia hoje....

Faz 4anos que percebi que ha um dia em que tudo acaba...
Nesse dia nada mais há a fazer...!! Não adianta a revolta pelo que fizémos, nem a tristeza do que deixámos por fazer... É como se o mundo parasse por uns instantes e voltassemos a renascer sem um pedaço...! Há um dia em que percebemos que existe alguma coisa mais forte que matar alguem que ainda vive...(porque os que vivem podem mudar alguma coisa, basta quererem)...Há um dia em que percebemos o que dura para sempre e o que pesa um nunca mais...

Faz hoje 4anos que ali estava ele, deitado, quieto...com o seu chapéu amarelo...e então vi, percebi e senti... é verdade... ele morreu!!
Por incrivel que pareça, na presença da morte, a vida ganha sentido. Guarda-se o pouco que temos, que nem conseguimos chamar nosso, e damos conta de tudo o que perdemos..!!
...Meros segundos podiam mudar tudo...!


No dia-a-dia, qualquer coisa nos serve de preocupação e ficamos contentes com mais uma vitória banal..! Mas por vezes, não se perde o jogo...mas a vida...
Ha pessoas que são capazes de nos dizer muito. Há pessoas que nos mudam demais...

Espero que onde estiveres ainda olhes por mim, amigo!!

Passados 4anos percebo que ainda deixo coisas por dizer...


p.s: Porque tu gostavas de AMARELO

quarta-feira, julho 06, 2005

Vida

Assim se mudam humores. Da noite para o dia, da escuridão para a luminosidade. Rapidamente me debato com os lençóis e com a incapacidade de dormir, nem sei bem porque. Ou talvez saiba. Num instante somos os melhores e de repente já não valemos nada. Porque não recebemos a chamada que queremos, antes recebemos outras, porque alguém faz anos e há muito parece que se esqueceu de nós, porque dois números juntos não nos dão a nota que pensamos merecer. Que futilidades me levam a desejar um novo dia. A esquecer o que se passou hoje e desejar o amanha.

Acordamos assim, sem jeito algum, sem motivação alguma e tudo o que possa acontecer tem o condão de elevar a moral ainda mais. Disse elevar? Queria antes pronunciar um antónimo qualquer que agora nem me ocorre. E os acontecimentos sucedem-se como uma corrente vertiginosa. Qual salmão que sobe o rio, hoje deixo-me levar, deixo-me arrastar na certeza de que amanha tudo estará bem, como sempre está ou parece estar. Até uma nova tempestade surgir, até a acumulação de frustrações voltar a acontecer ou simplesmente até…acordar assim.

O negativismo apodera-se da mente. O medo gere os pensamentos que me fazem querer desaparecer ou enterrar a cabeça na areia para não ver o que me rodeia. Acendo um cigarro e tento acalmar…Pondero as conjunturas do dia que passou, monto-as tipo um enredo de um filme qualquer e tento encontrar um fim que ali encaixe na perfeição. Um que me sirva a mim, que te sirva a ti ainda que não saibas que o escolhi. E assim tenho mais um capítulo desta obra-prima e a sua continuação certo de que amanha novos acontecimentos se vão suceder energeticamente ou não. Consciente do plágio que acabei de cometer. Porque a minha obra tem um nome igual á tua e á de tantas outras…Chama-se vida!

Ps – não sei se ainda tenho direitos de escrever aqui…ainda assim…já ta…estava a precisar…obrigado…Over and Out… (Foo Fighters…muito bom som)

terça-feira, julho 05, 2005

Se ao menos soubesse alguma coisa da vida...

Adoro a noite. É quando sinto que os meus pensamentos voam e os meus sentimentos saem de mim. Entrego-lhe as minhas dores e retenho toda a sua calma. Falo com ela, quando a vida me mostra que é um caminho com vários atalhos. Quando páro sem saber por onde seguir.
Deixo que a noite me ilumine, quando tudo a minha volta se mostra negro. Quando viver parece não passar de uma luta...que não permite desistências, faltas de coragem ou medos...! Quando viver nos mostra... o que perdemos quando pensamos, o que doi quando hesitamos, o que nos morre quando paramos...
Procuro a lua, quando a noite me mostra, que na vida, as coisas só acontecem uma vez...e só assim lhe damos valor... só assim sabemos o que custa viver...
Oiço, durante a noite, perguntas que me consumem o cerebro... Será que vida me transmite sinais que não entendo? Porque opto por uma coisa em detrimento de outra? O que me leva a querer fazer qualquer coisa que me impus não fazer? O que me leva a não fazer o que os meus instintos pedem? O que é correcto seguir? Porque acredito? Porque me move a esperança? Porque lutamos ou baixamos armas?
Não é verdade que toda a nossa alegria carrega uma tristeza e vice-versa? E se viver é assim mesmo...será que podemos ser totalmente felizes?
.... O silêncio, por vezes, é a nossa melhor companhia...
Gostava que a vida fosse diferente....que pudesse, de facto, saber o que se passa dentro de cada pessoa. Que houvesse um esforço para se conhecer alguém... e nós mesmos. Ou uma vontade de ir para lá das entrelinhas, para fazer cair as máscaras e descubrir personalidades. Gostava que não nos fosse só permitido saber o que nos dizem...porque as pessoas nem sempre falam ou nem sempre dizem... a verdade!
...No mundo em que vivo hoje, a minha voz deambula por entre o silêncio das águas e das estrelas. Sento-me no sitio mais triste de mim e cubro os olhos, porque me doiem.
Peço a noite um auxilio! Encontro-me na terrivel indecisão de explodir ou implodir...

sexta-feira, julho 01, 2005

Coicidência...

Houve algum tempo que os separou. Mas, para ele, foi apenas o tempo. Foram periodos das suas vidas, que pararam para pensar e pouco pensaram....senão tudo seria diferente... e no entanto, tudo continua igual.
Ao fim desse tempo, ele senta-me novamente para escrever, o que ficou em atraso na sua mente, mas encontra-se bastante egoista e não lhe apetece compartilhar algumas ideia que lhe teorizam os sentimentos.
Ela, para não pensar, ocupa-se com coisas banais. Coisas de mulheres....
Naquele dia, agarrou uma amiga e voou para o centro comercial. O caminho parecia mecanizado, o carro conhecia o destino de cor. Foi ter ali, onde se lembrava dele.
Queria entrar, levantar dinheiro e sair, mas não havia dinheiro em nenhuma caixa multibanco. Parou junto do restaurante onde ele a costumava levar. Calada, engoliu as lagrimas...
Passou bem perto do local de trabalho dele e temeu encontrá-lo. Apressou todas as suas tarefas, para regressar rapidamente para casa, para o seu refugio, mas enganou-se no caminho. Virou em qualquer sitio e perdeu-se...
Demorou horas até encontrar o rumo. Deixou-se ir pelo caminho que o carro tomava, e não pela sua cabeça, que só pensava nele. Reconheceu a rotunda que dá as boas vindas a quem entra na cidade onde mora. Odeia aquela rotunda, onde toda a gente pára para se cumprimentar...! Deu especial atenção a outras pessoas, aos sinais da estrada, aos cartazes publicitários e obrigou-se a esquecer quem continuava a corroer-lhe o cerebro.
Decidiu cantar bem alto as musicas que passavam na radio e deixou de olhar, com tanta atenção, para os carros que lhe faziam companhia, no seu trajecto para casa. Até que se cruzou com o carro dele... !Parou o seu carro. Saiu descontralada e sentou-se num passeio proximo. Distraida, balbuciava palavras desconexas...
Manteve-se ali durante algum tempo.
Ele reapareceu entretanto.
Sentiu uma mão tocar-lhe o ombro.
Alguem perguntou qualquer coisa, ao que ela respondeu, sem pensar: “- Estou bem...!”
Esboçava um sorriso, que escondia a dor... a mágoa que a afundava. Não levantou os olhos. As lagrimas começavam a escorrer de novo....
Ele retribuiu o sorriso e afastou-se.
”- Estou bem…!” repetiu ela, enquanto as lagrimas lhe caiam do rosto. Lagrimas que não aguentaram e cairam, enquanto ela sorria, enganando quem a visse.
Ele não estava lá.
Ouviu o que ela dissera. Viu a lagrima cair. Mas somente deu importancia ao sorriso.
(pela sua felicidade? Ou para ignorar a tristeza?)
Todo o dia desperdiçado nas tentativas de o afastar dela.
Todo o dia levadoa evitar aquelas lagrimas.
Num dia cansado de um regresso a casa, ela não sabe porque chora...se por ter desejado aquele encontro, se por, estranhamente, este se ter realizado...
Ela limpou as lágrimas… ”…Está tudo bem!”